Qualificação profissional. É essa a aposta do governo federal para fazer andar o Novo Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC 3. A promessa é instalar um programa transversal — chamado Qualifica-PAC — para mapear os locais com maior escassez de mão de obra qualificada e preparar profissionais para atuarem nos setores prioritários, como construção civil, transição energética e saúde.
A ideia do programa é unir esforços nacionais, estaduais e municipais para promover educação técnica nas áreas identificadas como mais escassas desses profissionais. Para isso, o governo conta com a ajuda do Sistema S, instituições públicas, privadas e universidades. Isso é visto como o grande diferencial desta para as outras edições do programa pela economista Carla Beni, professora de MBAs da FGV.
“O programa tem o objetivo muito interessante de tentar equacionar essa questão entre sobra de mão de obra num local e falta num outro, num primeiro momento. E depois junto com o sistema S — Sesi, Senai, Senac — fazer a formação dessas pessoas. Então quando você pega todas essas pontas, me parece um programa muito interessante e inovador.”
PAC 3
O Novo PAC foi lançado em agosto pelo governo federal e prevê investimentos em infraestrutura divididos em nove eixos, como transporte, cidades sustentáveis e inovação. O investimento deve chegar a R$ 1,7 trilhão em infraestrutura, entre recursos públicos e privados.
De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), entre 2019 e 2022 os investimentos em infraestrutura cresceram o equivalente a 0,35% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, chegando a 1,86% do PIB ao fim do ano passado. No entanto, a modernização efetiva da infraestrutura exigiria aportes equivalentes a 4,2% do PIB.
Para o deputado federal Alencar Santana (PT-SP), ter o PAC de volta é fundamental por diversos aspectos. “Retomada obras paradas, novas ações, novos projetos, e isso é fundamental porque está levando um serviço público, resolvendo um problema de uma cidade, estado, uma comunidade melhorando o serviço para aquela região, mas ao mesmo acaba girando a economia, fomentando a geração de empregos, compra de material prestação de serviço.”
Segundo o parlamentar, “é um conjunto de fatores positivos. Não dá para um país do tamanho do Brasil, com tantas carências e deficiências não ter investimento público para garantir melhores serviços, é um contrassenso”, complementa.
Retomada de obras inacabadas
O Pacto Nacional pela Retomada de Obras Inacabadas foi criado através de um projeto de lei, sancionado no começo de novembro, que regulamenta a reativação de mais de 10 mil obras inacabadas, em áreas como saúde e educação.
Segundo um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), nos PACs 1 e 2 — durante os governos Lula e Dilma — 2.688 obras financiadas pelos programas não foram finalizadas até 2022.
Presidente sanciona Pacto Nacional pela Retomada de Obras Inacabadas
Brasil tinha 8.600 obras com recursos federais paradas em 2022, segundo TCU