Nesta sexta-feira (30/08), o é celebrado o Dia Nacional da Conscientização sobre a Esclerose Múltipla, uma doença autoimune que afeta o sistema nervoso central e pode levar a complicações graves se não for diagnosticada e tratada adequadamente. A data tem como objetivo aumentar o conhecimento sobre a condição e destacar a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento médico contínuo para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
A neurologista Dra. Danyelle Amélia Grecco, que tem sete anos de experiência na Santa Casa de Araçatuba, explica que a esclerose múltipla é caracterizada pelo ataque do sistema imunológico às células que envolvem os neurônios, destruindo a bainha de mielina, uma camada protetora essencial para a condução rápida dos impulsos nervosos. “Quando essa bainha é danificada, o sistema nervoso começa a falhar, levando à desmielinização. Se não tratada, isso pode resultar em danos irreversíveis e até morte dos neurônios”, esclarece a especialista.
Na Santa Casa de Araçatuba, a equipe de neurologia está preparada para diagnosticar e tratar a esclerose múltipla, oferecendo desde exames avançados até acompanhamento contínuo no ambulatório. A instituição conta com cerca de 50 pacientes em acompanhamento regular, demonstrando que, com o tratamento adequado, é possível controlar a doença e proporcionar uma boa qualidade de vida. “Temos pacientes que são nossos colegas de trabalho, que continuam a desempenhar suas funções normalmente, mostrando que a esclerose múltipla, embora desafiadora, não impede que se leve uma vida plena”, diz a médica.
A instituição conta com estrutura completa para o atendimento de pacientes com esclerose múltipla. O hospital tem um ambulatório especializado e uma rede de serviços de neurologia que inclui a realização de exames diagnósticos avançados. Além disso, a Santa Casa é gestora da farmácia de alto custo, onde os pacientes podem receber a medicação necessária para o controle da doença. Nos casos que exigem internação, o hospital também dispõe de serviços especializados de neurologia para o atendimento adequado desses pacientes.
Sintomas e diagnóstico precoce
Os sintomas da esclerose múltipla variam conforme a área do sistema nervoso central afetada. “Podem incluir perda de equilíbrio, dormência, formigamento, fraqueza em membros, dificuldade de fala e problemas de visão”, afirma. Ao contrário do AVC, que se manifesta de forma abrupta, os sintomas da esclerose múltipla geralmente surgem de maneira insidiosa e progressiva. Isso significa que os sinais podem começar de forma sutil, como um formigamento leve em um membro, e intensificar-se gradualmente, tornando-se mais frequentes e graves com o tempo.
A especialista também destaca a importância do diagnóstico precoce para prevenir lesões permanentes e controlar a progressão da doença. “O diagnóstico é feito principalmente por meio de ressonância magnética e exame de líquor, além de outros exames complementares. Utilizamos os critérios de McDonald para confirmar a presença de lesões em diferentes momentos e locais do sistema nervoso central”, explica. Segundo ela, a identificação precoce permite a introdução de tratamentos que podem reduzir a frequência e a gravidade dos surtos, mantendo a doença sob controle.
O tratamento da esclerose múltipla envolve duas abordagens: manejo dos surtos agudos e prevenção de novos surtos. “Nos episódios agudos, usamos a pulsoterapia com corticoides para controlar rapidamente o sistema imunológico. Para a manutenção, empregamos imunomoduladores, medicamentos que ajudam a prevenir novos surtos, mantendo a doença em um estado de remissão”, comenta Danyelle. Embora não haja cura para a esclerose múltipla, o tratamento adequado permite que os pacientes mantenham uma vida de qualidade. “Muitos conseguem realizar suas atividades profissionais e pessoais normalmente, inclusive mulheres que desejam engravidar, desde que façam o uso correto da medicação”, acrescenta.
A esclerose múltipla afeta mais frequentemente mulheres jovens, embora homens também possam ser diagnosticados, geralmente com casos mais agressivos. “A incidência é maior em populações de países europeus e em regiões de clima frio”, observa a médica. No Brasil, apesar dos avanços no diagnóstico e tratamento, muitos pacientes ainda enfrentam desafios. “Na rede pública, os diagnósticos muitas vezes são tardios, o que leva a complicações irreversíveis. A conscientização e o acesso facilitado a serviços de saúde são essenciais para mudar essa realidade”, finaliza a médica.
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ISABELLA OSTOLIN RODRIGUES DOMINGOS
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