O mês de setembro é marcado pela campanha Setembro Amarelo, que busca conscientizar a sociedade sobre a importância da prevenção ao suicídio. “Como psicólogo, venho observando em meu consultório casos que ilustram a profundidade e a complexidade desse fenômeno”, explica Luti Christóforo psicólogo especialista nas análises junguianas. “Ideação suicida, que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, é um chamado de socorro que deve ser atendido com sensibilidade e compreensão”.
As causas da ideação suicida são variadas e multifacetadas, mas algumas se destacam pela frequência com que surgem em relatos clínicos:
1.Depressão Profunda: A depressão é uma das principais causas de ideação suicida. Um paciente, que chamarei de L*, chegou ao meu consultório em um estado de desesperança total. Ele havia perdido o prazer em todas as atividades que antes o traziam alegria e sentia-se incapaz de imaginar um futuro melhor. A depressão de L* era como um nevoeiro denso que obscurecia qualquer vislumbre de luz.
2.Traumas não Resolvidos: A*, outra paciente, foi vítima de abuso na infância, e o trauma não tratado a acompanhou por toda a vida adulta. Ela desenvolveu uma visão de si mesma marcada pela culpa e vergonha, acreditando que sua existência era um fardo para os outros. A ideação suicida em A* era uma tentativa de escapar da dor insuportável que carregava em silêncio.
3.Isolamento Social e Sentimento de Inadequação: C*, um jovem adulto, sentia-se completamente deslocado em seu ambiente de trabalho e na vida social. Ele descrevia uma sensação constante de inadequação e solidão, acreditando que nunca seria capaz de se encaixar. O isolamento exacerbava sua angústia, levando-o a considerar o suicídio como a única saída para o sofrimento.
Abordar a ideação suicida requer uma intervenção multidisciplinar e personalizada. “Abaixo, detalho algumas estratégias que podem ser aplicadas, tanto no contexto clínico quanto no apoio familiar e social”, diz Luti Christóforo.
1.Psicoterapia: No caso de L*, a Terapia Psicológica foi crucial para ajudar a desmantelar os padrões de pensamento negativo que alimentavam sua depressão. Trabalhamos juntos para identificar e desafiar as crenças disfuncionais que ele mantinha sobre si mesmo e o mundo. Gradualmente, L* começou a construir uma narrativa mais positiva e realista sobre sua vida.
2.Terapia Focada em Traumas: Com A*, o trabalho foi voltado para a terapia focada em traumas. Conseguimos acessar e reprocessar memórias traumáticas que estavam presas em sua mente. Esse processo foi essencial para que A* pudesse reconstruir sua identidade e se libertar da culpa e vergonha que a aprisionavam.
3.Para C*, o foco foi melhorar suas habilidades de comunicação e fortalecer os relacionamentos. Ao explorar e entender as dinâmicas que contribuíam para seu isolamento, C* foi capaz de desenvolver conexões mais significativas e construir uma rede de apoio que lhe proporcionava um senso renovado de pertencimento.
4.Construção de Resiliência e Propósito: A construção de resiliência é uma estratégia fundamental na prevenção do suicídio. Todos os pacientes mencionados passaram por um processo de reconexão com suas forças internas e seus valores. Identificar um propósito de vida, mesmo que pequeno, ajudou-os a encontrar uma razão para continuar, dia após dia.
5.Rede de Suporte Social: A presença de uma rede de apoio – formada por amigos, familiares, colegas de trabalho ou grupos de apoio – é vital. Incentivar os pacientes a se conectarem e se abrirem com pessoas de confiança pode proporcionar o suporte emocional necessário nos momentos mais difíceis.
6.Tratamento Psiquiátrico: Em muitos casos, a intervenção medicamentosa se faz necessária. A combinação de psicoterapia com tratamento psiquiátrico foi essencial para estabilizar os estados emocionais de Lucas e Ana, oferecendo-lhes o equilíbrio necessário para enfrentar as dificuldades com maior clareza.
O Setembro Amarelo é um convite para refletirmos sobre a importância de cuidar da saúde mental e oferecer apoio àqueles que estão em sofrimento. “A ideação suicida é um fenômeno complexo que exige um olhar atento e compassivo. Em meu trabalho como psicólogo, vejo diariamente a importância de abordagens personalizadas e integradas, que considerem as especificidades de cada indivíduo”, comenta Luti Christóforo.
Lutar contra os pensamentos suicidas é uma jornada difícil, mas possível. Com o suporte certo, é possível transformar a dor em crescimento e encontrar novos motivos para viver. A vida, mesmo com todos os seus desafios, é uma oportunidade única que vale a pena ser defendida.
Luti Christóforo
Psicólogo clínico.
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