Prestar assistência a pacientes em domicílio, além de oferecer capacitação aos cuidadores familiares ou informais é o objetivo do Programa Melhor em Casa, da Prefeitura de São Paulo. Focada em atenção domiciliar, a iniciativa proporciona atendimento seguro e de qualidade a pacientes que necessitam de cuidados contínuos ou temporários, mas que podem ser tratados em casa. Atualmente, cinco mil cidadãos recebem assistência.
O programa foi criado em 2011 e já beneficiou 75.490 pacientes acamados ou com outras restrições, que precisam de cuidados constantes e não podem se deslocar. Também acompanha os cuidadores de pacientes que recebem os cuidados paliativos. Só em 2023, foram 320.396 atendimentos.
Equipes
Para prestar este atendimento, o Melhor em Casa conta com 63 equipes multiprofissionais de atenção domiciliar (Emads), formadas por médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem e fisioterapeutas, além de 20 equipes multiprofissionais de apoio (Emaps) com assistentes sociais, fonoaudiólogos, nutricionistas, cirurgiões-dentistas, psicólogos, farmacêuticos e terapeutas ocupacionais. Elas estão distribuídas nas seis Coordenadorias Regionais de Saúde (CRSs) da cidade: Norte, Sul, Sudeste, Leste, Oeste e Centro.
“A segurança do paciente é um dos pilares fundamentais desse serviço e está diretamente ligada à capacitação adequada da equipe multidisciplinar e também dos cuidadores familiares e informais que estão à frente dos cuidados diários”, enfatiza a coordenadora do Programa Melhor em Casa, Karina Mauro Dib, lembrando que, ao preparar os cuidadores que estão no dia a dia dos pacientes, o Programa Melhor em Casa melhora sua qualidade de vida e evita reinternações.
A capacitação, realizada diretamente no ambiente domiciliar, aborda aspectos como instruções sobre segurança do paciente, cuidados com a higiene pessoal, estímulo ao autocuidado, administração correta de medicamentos, manuseio adequado de dispositivos e prevenção de complicações, fundamentais para garantir um cuidado eficaz, minimizando os riscos de erros na assistência diária.
Aliados
Elaine Maria da Silva Cruz, assistente social e Coordenadora da Emad da Vila Sônia, na Zona Oeste, diz que os cuidadores familiares encontram nas equipes do Melhor em Casa grandes aliados no trato domiciliar, inclusive no que diz respeito ao preparo para lidar com os pacientes.
“Avaliamos a dificuldade do cuidador e, de acordo com a análise realizada, adotamos algumas estratégias e utilizamos métodos educativos. Afinal, cada paciente tem, além da patologia, sua história, suas raízes e a construção de vínculos com respeito e aceitação que contam muito”, reitera.
Suporte essencial
Thaís Aparecida Maia, 47, é cuidadora de sua mãe, Filomena Corcione Maia, que tem um quadro de obesidade mórbida e há sete anos é acompanhada pela Emad da Vila Sônia; destes, são cinco anos acamada, após uma fratura no fêmur.
“Desde então, a rotina com a equipe da Emad passou a ser mais constante, com novas orientações e técnicas para mim e para o meu pai, que nos revezamos”, relata. “Durante as visitas, que são quinzenais, a equipe vai nos ensinando algumas técnicas que facilitam o cuidado como a troca de fraldas e a limpeza de sonda, a fim de evitar infecções, além de instruções para o banho e para evitar feridas”, acrescenta Thaís, que agradece à equipe pelo suporte essencial. “Eles fazem parte da nossa família, inclusive orientando-nos sobre os cuidados que precisamos ter com nós mesmos”.