As mudanças climáticas e a preservação ambiental são pautas presentes no mundo dos negócios e, no mercado financeiro, os projetos ligados ao ESG movimentam investimentos e recursos. De acordo com levantamento do Banco Mundial, o mercado “verde” já movimenta em torno de US $ 1 trilhão. No Brasil, a regularização fundiária e ambiental pavimenta o caminho para alcançar oportunidades de captação de recursos através de títulos verdes, crédito de carbono, reposição de vegetação nativa, entre outros.
Fabiano dos Santos, CEO do Grupo Verante, holding especializada em tecnologia para gestão de ativos, explica que a governança de ativos imobiliários dá a segurança jurídica e ambiental necessária aos investidores nacionais e internacionais. “Títulos verdes, por exemplo, podem ser emitidos para financiar projetos ligados à energia renovável; conservação da biodiversidade; desenvolvimento sustentável, entre outros. Há uma série de oportunidades que podem impactar positivamente o meio ambiente e sociedade e, ainda, ter como bônus a captação de recursos e a utilização de áreas que antes não eram utilizadas pela empresa”, aponta.
Já Raimundo Deusdará Filho, sócio-fundador da Gedas Consultoria, destaca que “99,9% da possibilidade de acesso aos recursos destinados ao investimento em ‘mercado verde’ passam pela regularização fundiária. Em caso de títulos verdes, mercado de carbono, cotas de reservas ambientais, por exemplo, o mais importante para o investidor é a credibilidade desse título. Se ele não estiver lastreado por uma ferramenta que acompanhe, de fato, a integridade da área e a adequação fundiária, ele não vai avançar e correr o risco de alguém querer ‘vender lugar no céu. A atenção às questões social e ambiental são essenciais na captação e volume de recursos que podem ser captados em negócios sustentáveis”.
Oportunidades para acessar recursos nacionais internacionais com projetos especiais
Durante a última edição do 4X – 4Asset Experience, promovido pelo Grupo Verante, Deusdará apontou as potenciais parcerias para acessar recursos para projetos especiais em âmbito internacional, como o Departamento de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais do Reino Unido (DEFRA UK); Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID); Agência Alemã de Cooperação Técnica (GIZ); Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), entre outras. Os recursos para essa finalidade no âmbito nacional podem ser acessados através das fundações de Amparo à Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico nos Estados; Fundos nacionais como o do Meio Ambiente (FNMA); o Para a Mudança do Clima (FNMC); o para a Educação (FNDE); e o de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT); além de iniciativas do BNDES e programas como o Petrobras Socioambiental e Nossa Energia.
“Para que essas oportunidades de negócios sustentáveis sejam eficazes, é essencial que haja governança adequada e regulamentação que promova a responsabilidade ambiental e social das empresas. Além disso, a transparência e consulta às comunidades locais são cruciais para que os benefícios sejam distribuídos de maneira justa, reduzindo os impactos negativos da operação principal”, orienta Deusdará.
Fabiano ressalta que a possibilidade de atrair investimentos com projetos sustentáveis contribui para promover uma mudança de mentalidade no mercado de governança e gestão de ativos. “Entender o patrimônio como um ativo de valor contribui para a operação; para a rentabilização de ativos inservíveis; melhor eficiência no monitoramento e redução do custo com impostos indevidos. Tratar as questões relacionadas aos bens imóveis como ativos de valor é uma estratégia de negócio inteligente e rentável. No país, ainda muitas empresas que tratam suas terras como item de ‘suprimento’, é preciso mudar essa mentalidade com urgência. Há oportunidades e maneiras de mitigar os riscos na operação e ainda recuperar áreas degradadas, preservação de recursos naturais, entre outros. O primeiro passo está na governança desses ativos imóveis”, aponta.
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