Faltam dois anos para a próxima Conferência do Clima sobre Mudanças Climáticas — a COP30, que será sediada em Belém, no Pará, em 2025. A capital paraense se prepara para receber cerca de 90 mil pessoas. Entre os esperados, líderes mundiais de diversos setores. São mais de 100 empreendimentos entre obras de infraestrutura em rodovias, portos e aeroportos, energia elétrica e meio ambiente.
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Mas os desafios em escala nacional vão além das melhorias na cidade. Com o Brasil na vitrine da questão ambiental, o país precisa se preparar para mostrar ao mundo que é capaz de continuar reduzindo as emissões de gases de efeito estufa e avançar no combate ao desmatamento. Para o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB-PA), é uma grande oportunidade de o país deixar um legado ambiental e construir soluções ambientais a partir da valoração da floresta.
“Construir soluções ambientalmente corretas, preparar o país para a transição ecológica, fazendo com que a floresta viva possa valer mais do que floresta morta, cumprir com as NDCs [Contribuição Nacionalmente Determinada] e mostrar ser um país comprometido e sério nas suas entregas, mas, acima de tudo, ter credibilidade para fazer um chamamento global. O mundo precisa — com financiamento climático — compreender que a Amazônia é a solução.”
Oportunidades para avançar na agenda verde
Para o setor industrial, a COP30 é mais uma oportunidade de o país avançar na agenda verde. As estratégias de descarbonização que vêm sendo desenvolvidas pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) se sustentam em quatro pilares: transição energética, mercado de carbono, economia circular e conservação florestal.
“Nós temos um momento único de trazer essa discussão para perto de nós e que a gente possa protagonizar essa transição justa, fazer com que a indústria brasileira, a indústria da Amazônia, seja a solução e não problema. Solução e boas práticas com transição justa, mas, acima de tudo, conseguindo absorver e utilizar com consciência ambiental a tradução do fiel compromisso com a sustentabilidade ambiental”, explica o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), Alex Carvalho.
Desafios pela frente
Os setores público e privado estão unidos para superar os desafios de receber a COP30 em 2025. O governador Helder Barbalho cita três metas para os próximos anos.
“Combater as ilegalidades para zerar emissões, para neutralizar as emissões. Construir um ambiente para que a instrução de economias verdes possam efetivamente estar acontecendo e, com isso, nós estaremos fazendo uma transição ecológica. E, sob o aspecto cidade, fazer com que Belém tenha a capacidade de bem receber.”
A indústria ainda enumera outros quatro pontos que precisam ser trabalhados até o evento. São eles:
• Políticas Ambientais: garantir o fortalecimento delas e a efetiva implementação;
• Financiamento: garantir recursos para implementar medidas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas;
• Engajamento dos interessados: governos, setor privado, comunidades indígenas e sociedade civil precisam estar envolvidos nos processo de tomada de decisão;
• Transição para uma Economia de Baixo Carbono: equilibrando o desenvolvimento econômico com a redução de emissões.