A personalização dos cuidados capilares está no centro das inovações do setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPPC), impulsionada pela crescente demanda por soluções adaptadas a diferentes tipos de cabelo. No 7º Webinar INOVAÇÃO ABIHPEC de Cabelo, especialistas discutiram avanços científicos que buscam atender às necessidades específicas dos consumidores, com destaque para tecnologias voltadas ao cuidado dos cabelos cacheados, encaracolados e de base escura.
Ronak Rughani, chefe de ciência e tecnologias capilares da L’Oréal nos EUA, trouxe uma análise sobre o crescimento do mercado de produtos para cabelos cacheados, cujos consumidores já representam 40% da população mundial. De acordo com o especialista, para inovar nesse mercado, é preciso entender as diferenças estruturais e morfológicas entre o cabelo cacheado e o liso.
Para atender esse público em expansão, a L’Oréal está investindo em fórmulas que equilibram óleos e polímeros, promovendo hidratação e definição para cada tipo de cacho. “Cabelos crespos demandam mais umidade, que pode ser oferecida por cremes, enquanto a definição é aprimorada com géis em cabelos ondulados e cacheados”, explicou Rughani. Ele enfatizou que essa abordagem, desenvolvida por meio de um processo de cocriação envolvendo consumidores, cientistas e especialistas em cachos, busca oferecer resultados personalizados que consideram as necessidades específicas de cada tipo de cabelo.
Rebecca Lunn, líder de aplicações da Dia-Stron no Reino Unido, aprofundou o tema da resistência dos fios e o impacto das práticas de modelagem intensas, como tranças, no cabelo muito encaracolado. O estudo de fadiga das fibras, apresentado pela especialista, permite entender como o desgaste estrutural afeta o cabelo, especialmente com o uso de práticas de modelagem que dobram e tensionam a fibra capilar.
Lunn também apresentou soluções para mitigar esses danos, destacando o papel de óleos, como o de abissínia, que ajudam a proteger a camada da cutícula, e reduzem a propagação de fissuras. Esses óleos atuam prevenindo “rachaduras” e controlando a absorção de água pelos fios, prolongando sua resistência ao desgaste diário. A técnica, de acordo com Lunn, visa aumentar a durabilidade dos fios e atender aos consumidores que buscam preservar a saúde capilar, especialmente em estilos que exigem tração e torção constantes.
O engenheiro de pesquisa da L’Oréal França, Grégoire Naudin, trouxe um estudo sobre a composição da melanina em cabelos escuros, analisando como a distribuição de eumelanina e feomelanina impacta nas necessidades de cuidados para cabelos de base escura. “A eumelanina proporciona tons de preto e marrom, enquanto a feomelanina gera tons avermelhados e amarelados”, explicou Naudin, ressaltando que o tipo e a densidade de melanina variam entre as regiões geográficas. Dados da pesquisa mostraram que o tipo de cabelo mais comumente encontrado no continente africano, por exemplo, possui maior quantidade de eumelanina, o que confere tons naturalmente mais escuros e uma estrutura mais resistente. Já os cabelos mais típicos das regiões asiáticas e europeias possuem uma combinação variável de pigmentos, com menor concentração de eumelanina.
Os estudos de melanina têm permitido que a empresa desenvolva produtos que respeitem as características específicas de cada tipo de cabelo, garantindo a manutenção da cor e saúde do fio. Essa compreensão dos pigmentos, segundo o especialista, ajuda a ajustar as formulações, criando produtos eficazes que consideram as particularidades de cada grupo étnico e tonalidade. A pesquisa também analisou os minerais presentes nos cabelos de diferentes grupos étnicos, observando que variações na concentração de elementos, como ferro, por exemplo, podem influenciar a durabilidade e a resistência dos fios aos agentes externos, o que reforça a necessidade de formulações que ofereçam proteção e manutenção adequados.
Sobre a ABIHPEC – A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) é uma entidade privada que tem como finalidade representar nacional e internacionalmente as indústrias do setor, instaladas em todo país e de todos os portes, promovendo e defendendo os seus legítimos interesses, por meio de ações e instrumentos que contribuam para o seu desenvolvimento, buscando fomentar a competitividade, a credibilidade, a ética e a evolução contínua de toda a cadeia produtiva.
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CAMILA FREITAS E SILVA
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