São Paulo, outubro de 2024 – A prova de Ciências da Natureza, que abrange Biologia, Química e Física, é uma das mais desafiadoras do Enem e dos principais vestibulares. Para alcançar a tão desejada nota máxima, a preparação deve ser planejada com foco e estratégia, sendo fundamental compreender as características de cada disciplina. Conversamos com os professores Francisco Pirani (Física), Rodrigo Putvinskis (Química) e Gustavo Camacho (Biologia), do Colégio Visconde de Porto Seguro, em São Paulo, que compartilharam dicas valiosas para os estudantes que buscam um bom desempenho nessa prova.
1. A importância de compreender os conceitos básicos
Uma das primeiras orientações dos especialistas é dominar os conceitos básicos antes de se aventurar em conteúdos mais avançados. “Muitas questões envolvem a aplicação de conceitos simples que dialogam com situações vividas pelos alunos. Em Física, por exemplo, é comum encontrar problemas que analisam o movimento de corpos, que requerem uma análise do funcionamento de dispositivos elétricos que eles utilizam ou que abordam os fenômenos ondulatórios, exigindo que o aluno consiga transitar entre os conceitos e a realidade”, explica Francisco Pirani. “É essencial estudar a fundo os fundamentos e os fenômenos físicos para compreender situações mais complexas, que muitas vezes aparecem como ‘pegadinhas’ na prova.”
Gustavo Camacho reforça que, na Biologia, as questões costumam exigir conhecimentos específicos sobre a dinâmica dos ecossistemas e os processos biológicos fundamentais relacionados à bioenergética, fisiologia humana e hereditariedade. “Compreender a teoria é fundamental para interpretar gráficos, esquemas e as situações-problema frequentes nas questões.”
Rodrigo Putvinskis, por sua vez, destaca a importância dos fundamentos em Química. “Questões envolvendo química orgânica, estequiometria e ligações químicas são comuns. Se não dominar bem esses temas, o aluno terá dificuldades em resolver questões que exigem cálculos ou interpretação de propriedades químicas. A dica é rever os conceitos periodicamente e buscar sempre exercícios de fixação.”
2. Leitura atenta e interpretação de enunciados
As famosas “pegadinhas”, presentes nos distratores, que refletem os principais erros cometidos pelos candidatos, podem ser evitadas com uma leitura cuidadosa dos enunciados. Muitas vezes, os alunos caem em armadilhas por não prestar atenção a detalhes importantes. “Na Física, é comum que os comandos das questões utilizem termos específicos como ‘velocidade média’ ou ‘força constante’. Uma leitura desatenta pode levar a um erro de interpretação e, consequentemente, à escolha da alternativa errada”, alerta Francisco Pirani.
Rodrigo Putvinskis enfatiza que, em Química, alguns enunciados podem parecer mais complexos do que realmente são. “É essencial identificar qual conceito está sendo cobrado. Muitas vezes, uma questão sobre equilíbrio químico, por exemplo, pode ser resolvida com uma análise rápida do rendimento da reação, sem a necessidade de cálculos. O aluno precisa ter calma e analisar cada informação fornecida pelo enunciado antes de tentar resolver a questão.”
Já em Biologia, Gustavo Camacho orienta os estudantes a não se intimidar com gráficos e esquemas. “A interpretação de tabelas e elementos visuais é muito frequente nas provas, e é claro que é um diferencial saber extrair informações relevantes desses recursos, pois a resposta a ser assinalada sempre depende de todos os elementos presentes na questão. Ao interpretar adequadamente um gráfico ou tabela, o estudante pode eliminar alternativas incorretas com mais segurança, facilitando a escolha da resposta certa.”
3. Resolução de exercícios e simulados
A prática é um dos pontos fundamentais para quem deseja gabaritar a prova de Ciências da Natureza. Segundo os professores, a resolução de exercícios e simulados é uma forma eficaz de fixar os conteúdos e de se familiarizar com o estilo das questões. “Não basta apenas estudar a teoria. É necessário fazer muitos exercícios, especialmente aqueles que envolvem cálculos e exigem um raciocínio mais elaborado, além da compreensão dos principais fenômenos físicos”, afirma Francisco Pirani. “Na Física, a aplicação prática dos conceitos em problemas é o que realmente ajuda o aluno a internalizar o conteúdo.”
Rodrigo Putvinskis sugere que os alunos façam simulados com frequência para identificar seus pontos fracos e trabalhá-los antes da prova. “Os simulados ajudam a criar um ritmo de prova e a entender o tempo necessário para cada questão. Na Química, é comum perder tempo em cálculos mais longos, por isso é importante saber dosar o tempo de cada questão para não se complicar ao final.”
Gustavo Camacho concorda e destaca que, na Biologia, a prática com questões de vestibulares anteriores também ajuda a entender como os temas são cobrados. “A Biologia é uma disciplina extensa, mas há tópicos que aparecem com mais frequência nas provas. Estudar os padrões dos exames anteriores permite que o aluno foque melhor naquilo que tem maior incidência e treine também o modelo das questões da prova.”
4. Estratégias de revisão e organização do estudo
A revisão é uma etapa essencial para consolidar o conhecimento adquirido ao longo da preparação. Cada professor sugere um método para otimizar essa fase de estudos. Francisco Pirani recomenda o estudo cíclico dos diversos temas da Física, em vez do estudo por blocos de conteúdos, permitindo que o aluno faça as conexões necessárias entre os diversos tópicos. “O estudo cíclico é extremamente útil, pois oferece ao aluno uma visão global, e não fragmentada. Além disso, permite que ele retome constantemente os principais conceitos, o que favorece a memorização de conteúdos e das principais fórmulas, contribuindo para decisões mais assertivas.”
Rodrigo Putvinskis recomenda que os alunos de Química façam fichas de revisão com as principais fórmulas e conceitos de cada tema. “É importante revisar conceitos-chave, como pH, soluções e química ambiental. Essas fichas são ótimas para uma última revisão antes da prova e para relembrar os tópicos mais recorrentes.”
Para Gustavo Camacho, em Biologia, a revisão pode ser feita a partir de listas de exercícios. “Revisar com as questões ajuda a identificar lacunas de conhecimento e conceitos que precisam ser revisitados. Assim, a revisão da teoria se torna mais direcionada, favorecendo um maior rendimento nos estudos.”
5. Controle emocional e autoconfiança
Além do conhecimento técnico, a prova de Ciências da Natureza exige dos alunos controle emocional e autoconfiança. “Muitos estudantes chegam à prova nervosos, o que afeta diretamente o desempenho”, afirma Francisco Pirani. “A dica é tentar manter a calma e lembrar que uma leitura atenta e uma abordagem racional são fundamentais para resolver até mesmo as questões mais complexas.”
Rodrigo Putvinskis destaca que o nervosismo pode levar a erros em cálculos simples e a precipitações na escolha das alternativas. “É importante treinar a mente para se manter a concentração mesmo em situações de pressão, e isso só se conquista com prática e confiança no que foi estudado.”
Gustavo Camacho complementa dizendo que os estudantes devem ter confiança em sua preparação. “Se o aluno fez um bom planejamento, estudou com dedicação e praticou bastante ao longo do ano, ele precisa confiar que está pronto para a prova. A autoconfiança é um diferencial que ajuda a enfrentar até mesmo as questões mais desafiadoras.”
Sobre o Colégio Visconde de Porto Seguro
Fundado em 1878, o Colégio Visconde de Porto Seguro é uma conceituada instituição de ensino do Brasil, com campus em São Paulo e Valinhos, que prima pela inovação educacional e pelo desenvolvimento de múltiplos talentos e competências dos alunos da Educação Infantil ao Ensino Médio. Comprometido com uma ampla e sólida formação pluricultural e plurilinguística, conquistou diversas certificações internacionais, como o selo de “Exzellente Deutsche Auslandsschule”, do governo alemão, que qualifica o Porto como uma escola de excelência no exterior; a da Fundação Alemã Casa do Pequeno Cientista; a da Apple Distinguished School; a da Microsoft Education; e a do Programa das Escolas Associadas da Unesco. Em 2022, o Colégio Porto Seguro passou a ser reconhecido como uma Escola Internacional com opções de currículo Internacional e Bilíngue, conforme o termo de acordo internacional com o governo da Alemanha.
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FELIPE LUIS DA SILVA BLANCO
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