Diante de um cenário onde a tecnologia passou a ser indispensável, até para pequenas tarefas do dia a dia, a inserção das crianças neste universo segue um ritmo acelerado. Este comportamento pode parecer natural, mas o tempo dedicado às telas – smartphones, computadores, tablets – pode trazer efeitos negativos para saúde ocular, como a miopia infantil. Por isso, o excesso deve ser um ponto de atenção e cuidado pelos pais ou responsáveis.
Um levantamento do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) alerta para o avanço dos casos de miopia infantil e nos adolescentes, com uma taxa de progressão de 70% em pacientes de 0 a 19 anos, a partir de 2020. Para 75% dos oftalmologistas consultados, a causa principal é a exposição aumentada dos jovens às telas de equipamentos eletrônicos. Mas há, ainda, outras consequências para a saúde e o bem-estar, como transtornos mentais (ansiedade e depressão), de sono e alimentação, irritabilidade, queda no rendimento escolar e dificuldade nas relações sociais pessoais, levando ao isolamento.
Pesquisa da Universidade Federal do Ceará, publicada em 2021, mostrou que cada hora adicional de tempo de tela associa-se a menores níveis nos domínios de comunicação infantil, de resolução de problemas pessoais-sociais e do desenvolvimento. O estudo é realizado anualmente.
“No caso das crianças e adolescentes é necessário um maior controle do uso de telas, pois pode ocorrer um estímulo do crescimento e mudanças oculares fora do normal, que podem causar a miopia, pois a luz que compõe a imagem, que entra em nossos olhos e é captada na retina, chega de um modo diferente daquela da visão de longe. Há então um estímulo de aumento do diâmetro ocular, o que gera o grau de miopia. Por isso, é importante o equilíbrio de atividades externas e da visão para perto, o que inclui as telas”, alerta Dr. Gustavo Mori Gabriel – Oftalmologista Especialista em Cirurgia Refrativa, Médico assistente do Setor de Cirurgia Refrativa da USP e do COEP (Centro Oftalmológico de Ensino e Pesquisa (SP) e médico parceiro da Advance Vision.
Mas qual o tempo de tela recomendado por idade?
O controle é fundamental para o desenvolvimento saudável das crianças, estabelecendo limites e incentivando outras atividades para equilibrar o uso da tecnologia, de forma consciente e moderada, em todas as fases de crescimento. As entidades médicas enfatizam que o tempo de telas precisa ser encerrado, aproximadamente, duas horas antes de dormir, e que não devem ser usadas durante as refeições e outras atividades. Confira algumas recomendações.
AAP (Academia Americana de Pediatria)
Menores de 18 meses: evitar o uso de telas, com exceção de videochamadas para fortalecer laços afetivos.
De 18 a 24 meses: usar mídia por períodos curtos, com programas de alta qualidade, e assistir com a criança para ajudá-la a compreender o conteúdo.
De 2 a 5 anos: limite de 1 hora por dia, com acompanhamento dos pais para focar em programas de alta qualidade.
A partir dos 6 anos: não há uma limitação rígida de tempo, mas os pais devem estabelecer limites consistentes, considerando outras atividades da criança e garantindo o sono adequado.
SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria)
Menores de 2 anos: evitar a exposição a telas, mesmo que de forma passiva.
Entre 2 e 5 anos: limitar a uma hora por dia, com supervisão de um adulto.
Entre 6 e 10 anos: limitar o tempo de tela a uma ou duas horas por dia, com supervisão.
Entre 11 e 18 anos: manter a exposição às telas entre 2 e 3 horas por dia, com supervisão, evitando atividades noturnas em detrimento do sono.
OMS (Organização Mundial de Saúde)
Até 1 ano: não é recomendado contato com telas.
1 ano: evitar tempo sedentário nas telas, priorizando programas educacionais ou que estimulem atividades.
2 anos: limite de até uma hora, mas sempre minimizando o tempo.
3 a 4 anos: o tempo sedentário não deve ultrapassar uma hora.
“É importante a avaliação e o acompanhamento das crianças, a qualquer sinal de alteração de seu comportamento, principalmente dificuldades com a visão. No caso da miopia, a avaliação do grau, do potencial de visão e a medida do globo ocular são indicadas neste seguimento. Desde o teste do olhinho até as primeiras consultas na infância, a atenção é com a prevenção e diagnóstico precoce de doenças oculares, até as mais graves, como o retinoblastoma, um tipo de câncer no fundo dos olhos, por exemplo. E, por outro lado, é justamente o avanço da tecnologia, em equipamentos oftalmológicos cada vez mais precisos, que nos auxilia na prevenção e tratamento, sendo essencial o conhecimento e o controle das patologias e a inserção das tecnologias no cuidado com a saúde ocular”, observa Dr. Mori.
Sobre a Advance Vision
A Advance Vision faz parte do grupo JL Health, focado no mercado de saúde desde 2002. É uma empresa especializada em produtos oftalmológicos, representando marcas internacionais que traduzem alta tecnologia, qualidade superior, segurança, excelência clínica e treinamento, visando atender a demanda de médicos especialistas. Estes produtos e equipamentos agregam um diferencial às clínicas, oferecendo aos pacientes, inovação, segurança e eficácia.