O agronegócio brasileiro encerrou o ano de 2023 com um marco nas exportações, atingindo a cifra recorde de US$ 166,55 bilhões, representando um aumento de 4,8% em relação a 2022, equivalente a um acréscimo de US$ 7,68 bilhões. Os dados, divulgados pela Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), apontam que o desempenho foi impulsionado principalmente pelo aumento na quantidade de produtos embarcados.
Com uma participação de 49% na pauta exportadora total do Brasil em 2023, o agronegócio superou sua contribuição de 47,5% no ano anterior. O país exportou diretamente 193,02 milhões de toneladas de grãos, registrando um aumento significativo de 24,3% em comparação com as 155,30 milhões de toneladas exportadas em 2022. Essa quantidade representa 60,3% da safra recorde de grãos 2022/23 estimada em 319,86 milhões de toneladas pela Companhia Nacional de Abastecimento.
Além do notável aumento na exportação de grãos, houve expansão nos volumes exportados de outros produtos que ultrapassaram a marca de US$ 1 bilhão em vendas externas, incluindo carnes (+5,4%), açúcar (+15,1%), sucos (+6,0%), frutas (+5,9%), couros e seus produtos (+19,7%).
Os setores que mais contribuíram para as vendas do agronegócio foram o complexo soja (+US$ 6,49 bilhões), complexo sucroalcooleiro (+US$ 4,60 bilhões), cereais, farinhas e preparações (+US$ 1,18 bilhão) e sucos (+US$ 447,41 milhões). Os cinco principais setores em valor exportado foram complexo soja (40,4% do total), carnes (14,1%), complexo sucroalcooleiro (10,4%), cereais, farinhas e preparações (9,3%) e produtos florestais (8,6%), totalizando 82,9% das vendas do setor em 2023.
Quanto às importações, o agronegócio brasileiro registrou um montante de US$ 16,61 bilhões.
Números não devem se repetir em 2024, analisa especialista em direito empresarial do ALE Advogados
Segundo o advogado especialista em direito empresarial Leonardo César, 2023 foi o ano dos recordes para o agronegócio brasileiro. “Não seriam, portanto, diferentes os dados apresentados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária”, reforça.
“Como visto, tivemos um incremento nas receitas de exportação de 4,8% em relação ao ano de 2022 e um superávit de US$ 149,94 bilhões em relação às importações, no mesmo ano. Contudo, há uma grande probabilidade de que este cenário de crescimento não se repita em 2024, principalmente diante das dificuldades enfrentadas pelos produtores que sofrem com a escassez e má-distribuição de chuvas na região centro-oeste, além de precipitações volumosas na região sul, ambas resultando na necessidade de replantio das safras de diversos produtores rurais”, aponta o especialista do escritório ALE Advogados.
Para Leonardo César, somam-se às dificuldades, o endurecimento das regras de contratação de crédito rural e as variações de mercado contra as quais diversos produtores estão descobertos. “Em especial os que tiveram que pivotar suas culturas em razão dos problemas climáticos já narrados”, finaliza.
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