As nuvens de fumaça causadas pelas queimadas e espalhadas por diversas cidades do país têm prejudicado a qualidade do ar. Associado ao tempo seco, esse fenômeno tem causado mal-estar a muitas pessoas, principalmente às crianças.
A médica pediatra Bruna de Paula explica que crianças em contato com a fumaça podem ter maior incidência de doenças respiratórias devido a irritação causada pelo ar seco e pela poluição, principalmente quando são portadoras de alergias.
“O ressecamento do tecido da via respiratória pode reduzir a função de sua limpeza, ou seja, em ambientes com ar seco acontece a redução dessa função protetora, predispondo as crianças a maior incidência de infecções respiratórias. Esse ressecamento da mucosa pode levar a sangramento nasal, o que também pode causar uma infecção. Crianças que sofrem com asma, rinite e sinusite, por exemplo, são ainda mais prejudicadas porque elas têm os pulmões mais sensíveis a esses irritantes”, explica a médica.
A especialista chama a atenção também para os cuidados com os menores de cinco anos, uma vez que “eles têm as vias respiratórias mais estreitas, o que predispõe a obstrução mais fácil da passagem de ar pela inflamação, ocasionando dificuldade para respirar e suas complicações. O ar poluído também pode causar irritação nos olhos, garganta e nariz, levando a desconforto, tosse seca, espirros e coceira nos olhos”, salienta a pediatra.
Além dos problemas respiratórios, a desidratação é outro fator preocupante. “O ar seco também aumenta a incidência de desidratação infantil, que apresenta sintomas como fraqueza ou cansaço, indisposição, boca seca, diminuição de xixi ou xixi mais escuro / amarelo. A baixa hidratação corporal pode levar até à lesão renal”, alerta a especialista.
Como proteger as crianças?
Para amenizar os sintomas causados pela fumaça das queimadas e o ar seco, a pediatra Bruna de Paula lista uma série de cuidados que podem ser tomados tanto dentro quanto fora de casa.
Evitar o contato prolongado com a fumaça, como reduzir os passeios ao ar livre, se houver queimada próxima;
Fechar portas e janelas de casa para reduzir a entrada de fumaça;
Em casa, usar umidificadores para reduzir a secura do ar ou usar um balde com água no ambiente;
Limpar a casa com frequência, sempre com aspirador de pó e panos úmidos para não espalhar mais poeira;
Usar soro nasal diariamente para manter as vias aéreas mais hidratadas e os cílios respiratórios funcionantes, além de reduzir a irritação local e o sangramento nasal;
Aumentar a oferta de água para as crianças – além de manter a hidratação corporal, mantém a via aérea mais úmida, o que também melhora a função ciliar e a expulsão de muco local (onde fica impregnado de partículas de poeira e fumaça);
Ter um acompanhamento mais frequente das crianças com doenças respiratórias pelo pediatra para realização de medicamentos preventivos de descompensação da doença de base.
Quando é hora de buscar ajuda médica?
Se a criança estiver exposta à fumaça e ao ar seco, a médica alerta que é preciso buscar ajuda profissional se apresentar os seguintes sinais e sintomas:
Tosse seca e persistente;
Falta de ar ou dificuldade para respirar – respiração ofegante, sensação de aperto no peito ou até chiado ao respirar;
Aumento da secreção nasal, obstrução nasal, espirros;
Irritação nos olhos – vermelhidão, coceira, sensação de ardência, lacrimejamento excessivo;
Dor de garganta, sensação de garganta seca, podendo causar até dor para engolir;
Dores de cabeça devido a inalação da fumaça (indica intoxicação pelos poluentes);
Náusea e tontura devido a inalação da fumaça (indica intoxicação pelos poluentes);
Confusão ou desorientação se houver grande inalação de monóxido de carbono presente na fumaça ou até por desidratação importante;
Fraqueza e cansaço por desidratação.
Sobre a Pediatra
Bruna de Paula é pediatra há mais de 15 anos, com especialização em Terapia Intensiva Pediátrica, e é idealizadora do Método Comer, um programa de acompanhamento nutricional para a dificuldade alimentar infantil. O objetivo do método é levar conhecimento às famílias que sofrem com a introdução alimentar e com a recusa dos filhos aos novos alimentos.
A médica atende presencialmente em Vitória, no Espírito Santo, e também de forma online.
Acompanhe a doutora Bruna de Paula pelo perfil do Instagram: @dra.brunadepaula.pediatra e pelo Youtube: Dra Bruna de Paula Pediatra.
Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
AMABILY CALIMAN DE OLIVEIRA BRITO
calimancomunica@gmail.com