Os incêndios na região do Pantanal mobilizaram 122 bombeiros militares do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, nessa quinta-feira (16), além de aviões e helicópteros para combate às chamas que atingem o bioma desde o início do mês.
Neste período, é comum chover na região — o que ainda não aconteceu e as temperaturas no Pantanal chegam a 46°C —, com ventos que ultrapassam os 50 km/h. Essas condições tornam o combate direto aos incêndios florestais um desafio ainda maior para os bombeiros.
Somente nesta quinta-feira (16), o Painel do Fogo do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) registrou 71 eventos de fogo no Pantanal norte.
Cerca de 60 militares atuam no incêndio na região do Parque Estadual Encontro das Águas e da rodovia Transpantaneira, em Porto Jofre, em Mato Grosso, de acordo com a major Mariele Rodrigues.
“As ações de combate contam com o apoio de três aviões da Defesa Civil estadual, helicópteros, barcos, viaturas e caminhões-pipa. Temos também uma Sala de Situação Central, na capital do estado, em Cuiabá, que realiza o monitoramento remoto com satélites de alta tecnologia para orientar as equipes e também para atualizar as estratégias montadas diariamente”, afirma.
Mato Grosso do Sul
No estado vizinho, os focos de calor são monitorados via satélites e os profissionais realizam treinamento de brigadas de incêndio em propriedades rurais. Segundo o último balanço, divulgado nesta sexta-feira (17) pela corporação, há quatro incêndios florestais de grandes proporções, um deles na região norte, conhecida como Pantanal do Paiaguás, que conta com 14 militares atuando diretamente no combate às chamas.
O outro incêndio ocorre no norte do estado, divisa com o MT, como explica o cabo Felipe Rocha, um dos responsáveis pela Operação Pantanal 2023. “É um grande incêndio que já estava há semanas no Mato Grosso e veio progredindo até atingir propriedades no MS. E essa região é de muito difícil acesso, não há estradas que cheguem, então o acesso dos nossos militares foi feito de maneira aérea e também por via terrestre, por Mato Grosso”, contou.
Para combater os focos no Passo do Lontra, uma aeronave especial — que transporta até 3 mil litros de água para áreas de difícil acesso — e 15 bombeiros — estão no local. E o quarto incêndio de grandes proporções atinge a região do pantanal do Rio Negro. Lá trabalham 33 bombeiros militares, com o apoio de uma aeronave. Nessa região já foram queimados mais de 85 mil hectares.
O Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) vai acionar a perícia para verificar o ponto de origem e as possíveis causas do incêndio que atingiu a região, chegando à BR-262, na semana passada.
No Rio Negro é realizado o combate direto e também indireto as chamas, com a criação de aceiros — faixas de terra onde é feita a retirada do material vegetal para impedir a continuidade do incêndio.
Estado de emergência
Na terça-feira (14), foi decretada pelo governo do estado do Mato Grosso do Sul, situação de emergência, por 90 dias, em cinco municípios: Corumbá, Ladário, Miranda, Aquidauana e Porto Murtinho. O Mato Grosso também decretou situação de emergência, válido por 60 dias.
A medida viabiliza o apoio do governo federal, por meio da Defesa Civil, além da transferência de recursos para as ações de combate aos incêndios florestais e auxílio aos municípios afetados.