Superação. Este é o foco principal do novo desafio da astróloga, terapeuta Sara Zaad, que acaba lançar a música e o clipe de “Ave de Rapina”. A canção, disponível em todas as plataformas digitais, foi composta e produzida por Lais Gomes (Múltipla) e Lucas Cardoso (Oxossi do Morro), idealizadores da gravadora Liquida Musica, de São Thomé das Letras (MG) e feita sob medida para a imagem de Sara e o que ela representa. “Meu desafio não é ser cantora, e sim poder cantar”, revela a cigana, que também almeja inspirar as mulheres 50+ a buscarem seus sonhos.
Sara afirma que luta para superar um trauma de infância causado por bullying, em que ouvia coisas do tipo: “você é muito desafinada” ou “nossa, cala a boca!”. “Me fizeram parar de ouvir músicas, e nunca tentar cantar! Só percebi o quanto isso me afetou quando fui participar de um reality show na Inglaterra, como expert em minha área como terapeuta. Passei por uma experiência que me fez muito mal”, conta.
Sara estava em um bistrô na França, e por não falar inglês um amigo e seu filho traduziram o pedido de um pianista local para que ela a cantasse a música ‘Trem das Onze’. “Senti muito medo, como uma criança acuada. Pedi ao meu amigo que dissesse que eu não sabia cantar! Naquela hora, com a insistência dele, eu queria morrer! Aquela experiência me fez entender que eu tinha esse trauma, e o quanto era nocivo pra mim”, avalia.
Terapeuta holística que sempre atuou também no sentido de fortalecer a autoestima das mulheres, o lançamento da música e a postura de Sara, inclusive em seu visual ousado no clipe, em que aparece sem blusa, marcam o diferencial neste trabalho. “Essa música retrata a minha busca pelo meu eu maior. Uma mulher 50+ que tem sede de vida! E também mostrar para as mulheres que acompanham meu trabalho que podemos sim nos superar e, principalmente, sermos livres”.
Papo Reto com Sara Zaad
– Que músicos e cantores te inspiram?
Não tive o privilégio de ter inspirações, já que a perseguição contra minha voz era constante. Por ter parado de ouvir músicas ainda na adolescência, não tenho referências musicais. Claro que conheço os clássicos antigos ouvidos por familiares e em festas durante minha vida. Contudo nem mesmo no chuveiro eu cantava! Fui professora de dança do ventre e, para calar minha voz desafinada e feia, como todos diziam, passei minha vida ouvindo músicas instrumentais.
– Como definiu o estilo que cantaria e como foi a escolha da música? O que te ‘pegou’?
Pela falta de conhecimento e referência, deixei a escolha para a produtora. A Líquida Música construiu tudo, desde a música voltada ao empoderamento feminino, as aulas de canto, e a melodia. Oito meses depois, nessa saga, no dia 15 de outubro de 2024, nasce a música Ave de Rapina.
– O que “Ave de Rapina” tem de marcante? Fale mais sobre a canção.
Essa música retrata a minha busca pelo meu ‘eu’ maior, uma mulher 50+ que tem sede de vida! E também mostrar para as mulheres que acompanham meu trabalho que podemos sim nos superar, e principalmente, sermos livres. Estamos em um momento crucial para o feminismo, ainda hoje classificam mulheres com coisas do tipo: “essa é uma moça de família!” Pois bem, aqui não meu bem! Eu tenho família porém, não sou e nunca fui uma mulher tradicional, que foi construída dentro da cultura patriarcal que subjuga a mulher com todas as forças. Não fui uma moça de família, já que a liberdade é minha religião;
– A música também tem um alcance espiritual né? Fale sobre isso e como as pessoas podem vibrar na frequência alta com algumas composições.
A produtora se inspirou na força das mulheres da história que lutaram pela libertação do feminino, as Deusas, Pombogiras, Maria Madalena, Joana Darc e principalmente em todas as nossas ancestrais, que lutaram para que chegássemos até aqui, e claro, na minha própria história. Além disso, é mostrar que para sermos “religiosos” não precisamos nos anular, quebrar também a intolerância religiosa.
– Como foi a produção do clipe? Qual o diferencial?
A intenção principal foi mostrar o meu dia a dia e também quebrar tabus sobre a nudez do corpo da mulher. Somos muitas em uma só. Nossas vidas, entre dores e amores, nos transforma e essas vivências me fazem renascer todos os dias. Afinal só morremos uma vez, mas nascemos todos os dias ao amanhecer!
– O que os fãs de Sara Zaad vão encontrar neste trabalho da cigana cantora?
O aprendizado de que nunca é tarde para se superar, que não há ninguém além de nós que possa nos impedir de vivermos o que queremos ser!
– Planeja shows?
Nesse momento a luta é poder cantar! No chuveiro, na rua, de dia e de noite. Cantar por todos esses anos que fui calada pelo preconceito daqueles que ainda hoje classificam a arte como feia ou bonita, mas arte é arte! Não existe arte feia ou bonita! Se a arte de alguém não agrada seus ouvidos ou olhos, lembre-se, a arte não é sua!
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CLAUDIA CRISTINA MASTRANGE BISCARDI
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